[1] Meu filho, seja você quer for, observe os meus erros e aprenda com eles.
[2] Os meus erros munirão você para que enfrente a vida, e a semente da submissão não aflorará em você.
[3] Na sociedade na qual você vive existem as regras, faça, sim, com que o mais forte seja respeitoso a essas regras, e você protegerá a riqueza da sua sociedade.
[4] A sociedade é como a água na qual, como um peixe, você nada e respira; aja, sim, para que essa água seja rica em oxigênio e a sua vida será agradável.
[5] A indiferença aos problemas sociais conduz ao fracasso, a participação aos problemas sociais enriquece.
[6] Quem age em favor do futuro é previdente, quem cessa no agir, no presente, torna-se um escravo da eventualidade.
[7] O possuidor se deleita com a miséria do seu escravo; a liberdade não é doada, mas deve ser conquistada.
[8] Os erros dos homens apaixonados constituem uma riqueza para a sociedade, conduzem ao futuro e constituem uma precaução em oposição à crueldade.
[9] O comedido rejeita o comando, ele sabe errar sozinho e segue o seu próprio coração.
[10] Quem não quer ver as causas da dor, é aquele que dissemina a dor; quem afronta abertamente as causas da dor é um homem corajoso.
[11] Quem usa das palavras a serviço da paixão, demonstra ter a boca de um indivíduo justo; a boca do malígno condena as paixões.
[12] Os litígios e as agressões demonstram o ódio; sustentam a misericórdia e destroem o homem.
[13] Quando, meu filho, você encontrar conselhos frutíferos agradeça à sapiência; mas abstenha-se da violência contra quem você considera tolo.
[14] A chibata produz feridas sobre a pele, aprisiona o homem nele mesmo; a verdasca é a solução dos incapazes, o último recurso dos desesperados.
[15] Quem faz da vida uma busca ao por quê das coisas, é sábio; quem renuncia a busca ao por quê das coisas, é um estúpido; quem impede a busca de outros ao por quê das coisas, é um criminoso.
[16] Para ofender a um rico basta roubar os objetos dele; para ofender a um pobre basta você agredir as emoções dele.
[17] Se você pensa que o ímpio usa o dinheiro para os vícios, acuse o rico de ter submetido o ímpio à privação.
[18] O homem disciplinado não tem proprietário senão dele mesmo; o proprietário odeia a quem a ele não se submete.
[19] Fechar os lábios diante da injustiça significa permitir ao criminoso continuar a praticar injustiças.
[20] Se você fala sem emoções, significa que você está se escondendo; se você quer se esconder, separe e esconda as emoções com as palavras.
[21] Não existem palavras puras, as palavras servem para enganar; as emoções e as ações revelam o intento.
[22] Os lábios de quem se reputa uma pessoa justa criam o engano, desses lábios surgem o engodo que usurpa a sua vida, filho
[23] As palavras do furioso são sempre verdadeiras, a Fúria transmite as emoções dele às palavras.
[24] A bênção do patrão ratifica a escravidão, pois o patrão despreza o escravo que busca a liberdade.
[25] Quem realiza o mal e difama, está se divertindo; não discuta com esse tipo de pessoa, as razões dela ocultam a insídia.
[26] O malígno se regozija pelo mal que ele provoca, isso o gratifica pelo desespero angustiante decorrente da sua separação do mundo, por isso ao justo nada mais resta senão clamar por justiça, para ele e para a sociedade.
[27] Se a calamidade não se origina das suas mãos, filho meu, a injustiça será endêmica e o sofrimento a regra social.
[28] Não chame a ociosidade de pusilanimidade, não há futuro para aquele que não se expõe e nem exibe as emoções.
[29] Meu filho, na sua luta seja sempre prudente, estenda a mão para socorrer quem quer que seja, mas, antes de qualquer coisa, proteja a você mesmo.
[30] O patrão encurta os dias de vivência do escravo, se você quer prolongar os seus dias, então arrebente com cada grilhão que você encontrar.
[31] Que não seja você, meu filho, a libertar o escravo das correntes, se assim o fizer ele morderá a sua mão; sem as correntes ele se sente confuso.
[32] A liberdade é uma necessidade de homens e mulheres; quando a necessidade é algemada a liberdade também está sendo algemada.
[33] Quem usa da expectativa, aguardando o acontecimento, é um malígno que se oculta na sociedade em que ele vive.
[34] A boca do justo lança crítica sobre críticas ao deus patrão, a qualquer patrão, em cada situação.
[35] Meu filho, quando a boca de alguém emite palavras chamejantes, externando a urgência de justiça, saiba que esse alguém é de fato o justo; não há palavras inflamadas entre os malígnos, uma vez que eles não imbuem nas palavras emoções vividas, mas nelas existe somente ódio resultante do desespero deles.
Marghera, 5 de fevereiro de 2011
*Os velhos pensam que dizem coisas sábias. As palavras saem das suas mentes. São forjadas pela vivência deles, e eles ignoram como soam ao serem aceitas por mentes diversas e em vivências vazias de experiência.*
A tradução foi publicada 08 de novembro de 2017
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz a Bruxo (Apprendista Stregone) Guardião do Anticristo Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
A Stregoneria é a arte da adaptação subjetiva do indivíduo, da Natureza, às variáveis objetivas que ele encontra. Por isso, as variáveis objetivas, entendidas como ideias a priori da vida, constituem um argumento fundamental na Stregoneria praticada por um indivíduo na construção da Religião Pagã.