Percepção extra-sensorial: O Cérebro no Estômago

Como e porquê se modifica a percepção do homem

décima primeira parte

Claudio Simeoni - traduzido por Dante Lioi Filho

Questo è un capitolo del libro: "La formazione della percezione e la qualità dei fenomeni percepiti"

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Percepção e Stregoneria
Percepção extra-sensorial: O Cérebro no Estômago

Descobrir que no estômago há uma tal concentração de neurônios, que podem ser considerados um exato e verdadeiro cérebro, não comporta por parte da ciência, dessa descoberta, o como funciona e como o homem usa tal cérebro. Comporta por parte da ciência uma série de pontos de interrogação sobre a formação da percepção do homem, e sobre o real funcionamento da percepção fornecida pelo corpo com relação à sua consciência: se existe um cérebro no estômago, nada impede que possam existir outras capacidades de percepção, que a ciência partindo dos cinco sentidos aristotélicos, ainda não individualizou e que são capacidades que concorrem para a formação da percepção humana.

A ciência pode nos dizer, progressivamente, diante de descoberta após outras descobertas, o que ela entendeu (até agora) do homem e não como o homem é. O homem vive e habita o mundo, pode desenvolver algumas coisas dentro dele mesmo, ou aniquilar com outras, seja no plano físico como no plano psíquico-emotivo. A ciência pode precisar programas para obter resultados, mas é o homem quem habita o mundo, e portanto é ele quem conhece as variáveis das possíveis respostas; a ciência pode precisar perspectivas de soluções através de uma publicidade de um dentifrício, mas quando a publicidade excede o limiar do desejo e das necessidades humanas, aquela publicidade se transforma em aborrecimento e numa repulsa.

Contínuas descobertas da ciência, mas também quesitos que a ela se apresentam, e que a ciência sempre examinou-os como sendo suficiente.

Não se trata apenas de respostas psicológicas, mas de respostas físicas, organização neuronais, liberação de substâncias que constroem conexões cerebrais, ou invadem o corpo físico. Um corpo que, na sua complexidade, se adapta ao mundo que percebe. Ou então, a última descoberta segundo a qual o nervo vago é a conexão entre um verdadeiro e exato cérebro situado no estômago com uma complexidade de neurônios semelhante a 10 por cento do cérebro central e a parte profunda desse cérebro central. Um cérebro no estômago em conexão com o cérebro central.

O que significa a descoberta do "cérebro no estômago"?

Significa haver mais elementos para serem entendidos e explicar a percepção das pessoas, não somente em relação ao alimento ou à quantidade que dele rapidamente engolimos, mas a da administração de uma "tensão" com a qual palpamos uma realidade do mundo, para separarmos aquilo que nos é útil do que não nos serve. É como se do nosso estômago saíssem "cabelos" sensíveis com os quais percebemos e analisamos o ambiente. Não são "cabelos" materiais, são outra coisa. O cérebro no estômago analisa, tal como o cérebro central, o ambiente externo, ligando aquilo que ele analisa à estrutura emotiva dos indivíduos, através do nervo vago. Como isto acontece, eu não sei, não sou um cientista. Eu pratico a Stregoneria, e no meu viver, no que diz respeito à minha atividade, é através do estômago que posso conhecer "o que são e o que não são" as coisas com as quais entro em relacionamento.

Está escrito no Jornal "Salute di Repubblica" de 03 de novembro de 2005:

"Intestino, um segundo cérebro.

Uma rede de neurônios para regular o mecanismo fome-saciedade.

Não um, mas dois cérebros: o primeiro é o Sistema Nervoso Central (SNC), é um "velho" conhecido, que se encontra no crânio. O segundo, ao contrário, constitui um descoberta recente. É o sistema nervoso entérico e tem sede no intestino. 'Trait d'union': o nervo vago.

Segundo cérebro: assim foi rebatizado o intestino de Michael D. Gershon, autor do sábio 'best-seller' cujo tema é "The second brain", e diretor do departamento de anatomia e biologia da "Columbia University", de Nova Iorque, e não apenas isto, é também componente, com destaque, de um grupo de pesquisadores que há muitos anos estudam os relacionamentos entre o cérebro e o intestino. Qual o encargo do segundo cérebro ou o cérebro visceral? Governar com quase total autonomia no que se refere ao SNC, cada aspecto e fase do processo digestivo, do esôfago ao estômago, do intestino delgado ao cólon: E para cumprir com essa tarefa, o sistema nervoso entérico usa os mesmos instrumentos do SNC, isto é uma rede de circuitos neuronais, neurotransmissores, e proteínas. Por exemplo, para regular a assimilação do alimento, produz duas moléculas:

[italiano]

l'oleiletanolamide, che induce sazietà ed è prodotta dopo i pasti, e l'anandamide che invece stimola l'appetito ed è sintetizzata in fase di digiuno", dice Cestaro. Anche il 90 per cento circa di serotonina, la sostanza che ha un ruolo fondamentale nella selezione di benessere (e di buonumore), è prodotto nell'intestino dove agisce come neurotrasmetitore e meccanismo di segnalazione. In sintesi: è proprio nell'intestino che vengono prodotti neurotrasmettitori e proteine che contribuiscono al buon funzionamento del SNC e, dunque, dell'intero apparato bio-cibernetico: il corpo. E, sempre il cervello enterico, secerne sostanze psicoattive (oppiacei, antidolorifici e calmanti) che influenzano gli stati d'animo.

Da questa importante scoperta è nata la neurogastroenterologia, che studia le reazioni fra digestione e umore e apre a nuove prospettive dietetiche e curative nelle quali l'alimentazione gioca un ruolo chiave.

Ma la scoperta del cervello viscerale avvalora, in qualche modo, anche principi propri della psicoanalisi e della psicosomatica, ovvero l'associazione tra pancia (intestino) ed istinti-emozione-inconscio. Inoltre, indirettamente, avvalorale pratiche salutistiche e di medicina naturale che affidano un ruolo basilare al riequilibrio delle funzioni intestinali nella cura di svariati disturbi . Articolo a firma (c.bor.)

A descoberta (do segundo cérebro no estômago) confirma uma outra capacidade extra-sensorial das pessoas: a capacidade para ler dentro dos objetos do mundo com base nas suas necessidades próprias. Saber o que leva ao bem-estar e o que é nocivo. A empatia do estômago com os objetos do mundo: as harmonias.

Entender qual planta é comestível e qual não o é. Qual erva proporciona o nosso bem-estar e qual é venenosa. Os Seres Humanos têm conhecimento disto como um saber cultural, não têm conhecimento, porém, como sendo uma capacidade para construir as harmonias, as relações empáticas entre o homem e o mundo em que ele vive. Embora faça cinco milhões de anos, o Ser Humano já sabia o que lhe seria prejudicial à saúde, e já distinguia o que lhe nutriria ou o que poderia lhe restabelecer o seu bem-estar próprio.

Sentir o mundo com o estômago; reagir aos estímulos do mundo com o estômago. Já constituíam reações características. A psicologia já trabalhava para nós, mas a educação impedia à percepção do estômago de alcançar a consciência. Só que o cérebro do estômago é um equilibrador de todo o organismo, em sua inteireza: "Também cerca de, aproximadamente, 90 por cento de serotonina, a substância que tem um papel fundamental na seleção do bem-estar (e dos bons humores), é produzida no intestino aonde age como neurotransmissor e como mecanismo sinalizador. Em síntese: é exatamente no intestino que são produzidos neurotransmissores e proteínas, que contribuem ao bom funcionamento do SNC, e portanto, do inteiro aparato bio-cibernético: o corpo."

O bem-estar com o qual enfrentamos a nossa existência, é colocado em evidência pelo cérebro do estômago, que providencia a regulação do bom funcionamento do cérebro central e do corpo inteiro do indivíduo.

Se o cérebro do estômago sinaliza bem-estar, sinaliza, também, o que impede o bem-estar e solicita a solução do problema, que age como obstáculo, por meio de um sinal empático. Assim, a necessidade de um alimento particular, o prazer de um sabor para suprir a carência alimentar, faz parte da solicitação do equilíbrio, que o nosso cérebro no estômago reputa importante. Quando o organismo sofre, então se aguça a necessidade de elementos específicos, aos quais é atraído, atração que ocorre por esses elementos que estão presentes no alimento específico.

Em Stregoneria, fazia parte da arte de escutar o mundo. Aprender a conhecer qual coisa nos era importante. Sentí-lo sobre o estômago, Escutar o mundo com o estômago. Era uma capacidade extra-sensorial, que a ciência encontrou como uma base fisiológica. Mas agora a ciência me deu a explicação: "Você pode escutar o mundo que lhe circunda, porque no seu estômago existe um verdadeiro e apropriado cérebro ligado ao cérebro central por meio do nervo vago.!"

Isso para mim muda alguma coisa? A ciência me facilitou na minha atividade para escutar o mundo, através do meu cérebro no estòmago, e de levar o percebido à consciência?

A ciência deu uma explicação de algo que é um dos aspectos da Stregoneria, mas as pessoas que não são educadas a escutarem os sinais dentro delas, continuarão a não escutarem os sinais dentro delas. Continuarão a não perceberem o mundo através do estômago delas, e mesmo quando perceberem os fenômenos que devem ser percebidos, estes não alcançarão a consciência delas.

Seja bem-vinda a pesquisa científica, só que ela não muda em nada a atividade do Stregone, na sua tentativa de usar todos os instrumentos que ele possui para enfrentar melhor a sua existência.

Agora, deveriam ser os outros, isto é aqueles que não percebem os fenômenos do mundo, mediante o estômago, a se perguntarem por quê eles não o fazem, e mesmo quando o fazem, à consciência deles se apresenta algo de confuso. Mas não se perguntarão. Para eles é somente uma curiosidade. Uma curiosidade que muito se poderá conversar, bater papo, e ficar-se pasmado. Deveriam fazer como os Stregoni.

Os Stregoni se perguntam: "Por quê sinto assim tão pouco? " Os outros deveriam se perguntar: "Por que não sinto nada, mesmo tendo também um cérebro no estômago?

24 gennaio 2015

Páginas escritas em novembro de 2006

Apresentadas às quintas-feiras pela Radio Gamma 5 do dia 07 de dezembro de 2006

Revisada em 10 de janeiro de 2015

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Claudio Simeoni

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A Percepção (La Percezione)

A percepção é o modo com o qual selecionamos e fazemos como sendo nossos os fenômenos provenientes do mundo. A percepção aumenta e se modifica no indivíduo com base nas suas escolhas em relação às solicitações, que recebe do mundo. Seja por parte da Natureza seja por parte da sociedade. Como a percepção dos fenômenos do mundo pode ser reduzida em relação a um modelo hipotético derivado da média social, também, igualmente, pode ser ampliada em quantidade e qualidade, mesmo se os limites permanecem aqueles que vieram a ser da espécie humana. Enquanto o cristianismo reduz a percepção do homem à palavra, com a qual o seu deus patrão "criou" o mundo, a Stregoneria tende a ampliar a percepção, tornando-a um instrumento ativo na prática do habitar o mundo por parte do homem.