discurso dos construtores da Religião Pagã
As leis que governam as relações emotivas são leis que, seja quem for que constrói as relações emotivas, deve estudá-las e conhecê-las.
As leis que governam as relações emotivas entre os Seres Humanos, na sociedade, são leis que, seja quem for que manifesta as suas emoções individuais na sociedade, deve estudá-las e conhecê-las.
As leis que governam as relações entre os Deuses e entre os Deuses e os Seres Humanos são leis que, seja quem for que constrói as relações entre os Deuses e os Seres Humanos, deve estudá-las e conhecê-las.
Hoje nos empenhamos em construir os relacionamentos entre os Seres Humanos; a construção dos relacionamentos entre os Seres Humanos passam pela mistura (pelo cadinho) dos Deuses, que formam os Seres Humanos. Por conseguinte, construamos as relações e enfrentemos as contradições usando as armas dos Deuses: as emoções!
Não devemos estudar apenas as relações divinas entre os Seres Humanos, mas também as leis específicas que regulam os relacionamentos entre os Deuses, por intermédio das emoções, e deste modo, com os Deuses mediante as ações que são praticadas.
Ninguém deve ignorar que, qualquer que seja a ação religiosa que praticamos capaz de nos unir ao mundo, se nessa ação não compreendermos as condições concretas, a característica e as relações com as outras coisas e os respectivos efeitos que provocam no mundo, então não entenderemos as leis que as governam, não saberemos como enfrentá-la e não podemos executá-la bem.
As relações com o mundo iniciam-se no dia em que nascemos. É uma luta suprema voltada à solução, no decorrer do crescimento e do desenvolvimento humano, das contrariedades entre nós e o mundo, de modo a construirmos a nossa percepção do mundo em que vivemos. Se não se compreende as condições efetivas do desenvolvimento da percepção humana, o seu caráter e o seu relacionamento com as coisas divinas do mundo, eis que não poderão estar em harmonia com as leis universais. Não saberemos como perceber corretamente o mundo e seremos arrastados pelo desconhecido que nos rodeia.
A construção da percepção, seja ela ao que diz respeito ao mundo dos divinos que estão adjacentes a nós, ou ao que diz respeito às sociedades humanas, além das características próprias das emoções e das ações, manifesta-se a percepção em condições específicas e peculiares.
A percepção humana além das condições gerais tem também condições específicas, segundo as condições nas quais ela evolui.
Se as condições específicas para a necessidade de perceber corretamente não são compreendidas, por conseguinte será impossível agir corretamente no conjunto e, assim, governarmos as emoções.
Nós devemos estudar as leis emotivas que regulam os relacionamentos entre os Deuses; devemos estudar as ações com as quais as emoções se manifestam; devemos estudar os efeitos que essas ações têm na sociedade dos homens e no complexo dos Deuses.
Alguns Pagãos têm um ponto de vista errado. Segundo eles seria suficiente suplicar aos Deuses para obterem uma intervenção.divina. Eles seguem os manuais monoteístas publicados na sociedade, e assim, consideram naturais esses manuais monoteístas. De modo que substituem o deus-patrão por outros múltiplos deuses-patrões. Não percebem que esses manuais expõem somente a ideia da submissão social. Se nós tivéssemos que assumir esse método, então acabaríamos tendo tantos deuses-chefes que, nos imporiam tantas verdades, às quais seríamos obrigados a nos conformarmos. Esses Pagãos, para sustentarem o ponto de vista deles, afirmam (através de uma pergunta): "Por que deveríamos renunciar a experiência religiosa de 2000 anos de monoteísmo? No fundo, o monoteísmo para se impor assumiu muitos aspectos das Antigas Religiões!"
Esses Pagãos nada mais fazem senão "cortarem os seus pés para adaptá-los aos sapatos".
Esses não compreendem que nós, para construirmos a Religião Pagã Politeísta, devemos levar em conta a experiência obtida no passado e que teve como retribuição o pagamento em sangue; mas inclusive devemos levar em consideração a experiência pela qual derramamos o nosso sangue.
Outros Pagãos sustentam um outro ponto de vista, igualmente errado, que há muito tempo rejeitamos. Esses outros Pagãos dizem que para construir o Paganismo é suficiente levar em consideração a experiência de Gardner, Evola ou de Nietzsche ou, ainda, do Neoplatonismo, ou seja, em suma, seria suficiente ater-se à experiência do imperador Juliano.
Não compreendem que aquelas experiências englobam vivências pessoais e as condições sociais diferentes destas que estamos enfrentando. Se tivéssemos que repeti-las não seríamos os Pagãos, mas uma cópia deformada do passado. Para justificarem o ponto de vista deles afirmam: "Evola, Nietzsche e Juliano, não foram os maiores!" E não "tendo sido" não significa "ser hoje". Neste momento e nesta situação social.
Esses Pagãos não compreendem que o Paganismo funda o seu pensamento na liberação do homem neste contemporâneo, e com o homem hodierno; e não compreendem que aquilo que afligia as emoções de Evola, Nietzsche ou Plotino é diferente do que oprime as emoções e os sentimentos do homem de hoje. O mundo se apresenta diferente e diferentes são o virem a ser do homem.
Esses Pagãos não compreendem que nós devemos levar em consideração as experiências dos filósofos que nos precederam, porque construíram fragmentos de liberdade; no entanto, construíram no presente deles, e com certeza participaram na formação do que hoje nos tornamos, viemos a ser, mas esta transformação está fora da experiência desses pensadores do passado, e agora nós somos os responsáveis pela presente transformação. Porquê a construção do Paganismo, neste presente, tem muitas características inimagináveis, incríveis, para quem nos precedeu.
Outros Pagãos, enfim, sustentam o ponto de vista igualmente errado e rejeitado por nós há muito tempo, segundo o qual a experiência mais preciosa seria a experiência dos Xamãs, dos hinduístas, dos Bruxos Africanos (Stregoni Africani), dos Taoistas ou dos Xintoístas. Segundo esses Pagãos, nós, na construção da Religião Pagã Politeísta, devemos nos inspirar nas experiência deles. Esses Pagãos não entendem que, embora sendo necessário estudar a experiência emitida pela filosofia e a observar o que foi vivido com tais experiências, não se deve repisar nas pegadas deixadas, já que as condições que aquelas experiências demonstram são condições diferentes das exigências das sociedades atuais. Além disso, o ensinamento que nós podemos extrair daquelas experiências está fortemente deformado pela intervenção dos missionários cristãos que submeterem a eles esses princípios religiosos; submeteram tais princípios religiosos à categoria deles e, assim, acabaram por impor o monoteísmo a uma forma religiosa politeísta.
Concluindo, as diversas leis que governam a construção da Religião Pagã Politeísta, são determinadas pelas diversas condições nas quais os Seres Humanos vivem. Ou seja, há alterações de acordo com a mudança de tempo, do lugar, da característica e da cultura social em que os homens propagam as suas tensões emotivas entre eles e os Deuses.
Marghera, 18.09.2008
O que publicarei a partir de hoje é uma espécie de "paráfrases" de um dos maiores escritos de filosofia que está a serviço do homem nos últimos 200 anos. Servir-me-ei deste texto para definir o comportamento do Pagão Politeísta. Os escritos estão na rede há muitos anos, mas recentemente retomei este trabalho que revela-se ser muito longo.
A tradução foi publicada 17 de maio de 2017
Aqui você pode encontrar a versão original em italiano
As outras partes referentes a este discurso:
Primeira parte: O Pagão Politeísta, a Religião Pagã Politeísta e as ideias erradas dos pagãos
Segunda parte: O que significa "fazer progressos" no Paganismo Politeísta
Terceira parte: O significado do progredir na liberdade da ideologia religiosa que tem a pretensão de possuir as pessoas, na religião Pagã Politeísta
Quarta parte: *A ação moral do Pagão Politeísta no complexo social*
Quinta parte: *Ser participante da realidade social do Pagão Politeísta dentro da construção da Religião Pagã Politeísta*
Claudio Simeoni Mecânico Aprendiz Stregone Guardião do Anticristo Membro fundador da Federação Pagã Piaz.le Parmesan, 8 30175 - Marghera - Venezia - Italy Tel. 3277862784 e-mail: claudiosimeoni@libero.it |
Descobre-se que este escrito, originariamente destinado a outro fim, pôde servir para edificar algumas reflexões sobre como construir a Religião Pagã.